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Jornada mundial de refugiados e a SSVP

Jornada mundial de refugiados
21 Junho 2016 Notícias do CGI Aide et développement

Jornada mundial de refugiados
“Tudo deixar atrás de si, tudo aquilo que nos foi caro e precioso, é o mesmo que se encontrar projetado em um futuro incerto, em um local estrangeiro. Vocês imaginam a coragem que é necessária para viver com a perspectiva de dever passar meses, anos, talvez toda uma vida, em exílio?” António Guterrez, antigo Alto Comissário para os refugiados.

Dia mundial dos refugiados

Neste segunda dia 20 de junho de 2016, em ocasião da jornada mundial de refugiados, um relatório do Alto-Comissariado aos refugiados nas Nações-Unidas acaba de ser publicado, dando a ver uma realidade mais que alarmante: “o mais alto nível jamais registrado”. O artigo 1 da convenção de Genebra relativa aos estatutos dos refugiados define – como nos lembra Gushwell Brooks durante sua conferência em Roma- um refugiado como “uma pessoa que se encontra fora do país de que tem nacionalidade ou aquele onde ela tem sua residência habitual; e que em razão de sua raça, de sua religião, de seu pertencimento a um grupo social determinado ou de suas opiniões políticas alega com razão de ser perseguida e não pode reclamar a proteção deste país”.

Fugindo de conflitos armados, de perseguições religiosas, obrigados a deixar seus países e famílias, estas populações desalojadas procuram chegar a locais seguros, muitas vezes ao custo de sua própria vida. Diante dessa angústia humana mundial, os Estados e ONGs devem acentuar seus esforços a fim de fornecer refúgio e segurança bem como desenvolver mais as suas políticas de integração.

Acções da sociedade

De ajuda humanitária de urgência à implantação de projetos de desenvolvimento, há muitos anos a Sociedade de São Vicente de Paulo gerencia ações de apoio junto aos refugiados em diversos países do mundo.

– No Líbano, a SSVP é muito ativa junto aos imigrantes. A Presidente Nacional Ella Bittar testemunha a ação do Conselho Nacional no local:[…] com os meios de que dispomos, nós adotamos as famílias de refugiados, tratando-os em nossas Conferências como nossas próprias famílias, lhes oferecendo os mesmos serviços: prestação de serviços médicos, fornecimento de medicamentos, vacinação, distribuição de leite e fraldas para crianças, gêneros alimentícios, kits higiênicos, óleo diesel e cobertores para aquecimento, patrocínio para escolarização, ajuda para o alojamento e o vestuário, duas refeições por semana no centro Ozanam lhes são especificamente destinadas […].

Paralelamente a este apoio humanitário de urgência, são implantados projetos de desenvolvimento (Ajuda ao emprego, agricultura para lutar contra o êxodo rural, criação de centros de formação profissional etc.). Hoje em dia, sob quatro milhões de habitantes, o Líbano acolhe quase dois milhões de refugiados (iraquianos, sírios, palestinos). Esta cifra real é alarmante. Ella Bitar, ainda que muito devotada a estas populações aponta os limites desta crise para seu próprio país.

[…] o mundo se agita pelos refugiados sírios. Na Europa, cada país se debate para saber quantos milhares ou dezenas de milhares ele pode acolher, esquecendo que há mais de um milhão e meio em nosso país. A ajuda enviada de todas as partes aos refugiados sírios é sem dúvida nenhuma justificada no plano humano, mas nenhuma ajuda compensatória é enviada aos pobres do Líbano, que desmoronam eles também na grave crise da região […]

Em 2015, houve 60.000 nascimentos nos campos de refugiados contra 45.000 nos hospitais libaneses. O problema não se situa unicamente no nível demográfico; com efeito estes recém-nascidos não têm documentos porque seus pais têm medo de retornar na Síria para fazer o necessário. Estas crianças “sem documentos” não podem ser escolarizadas, são os futuros desempregados, sem abrigo, candidatos a toda sorte de delinquência. Por outro lado, bom número de refugiados não tendo encontrado um ganha pão se deixa seduzir pelo Estado Islâmico, que dá a toda pessoa um salário superior àquele de um engenheiro! […]

– As ações de inserção e de integração social de desalojados são primordiais para favorecer o pertencimento a um novo país e assim reforçar o sentimento de segurança e devolver a esperança e a dignidade a estes milhões de famílias. Na Austrália, a SSVP desenvolve desde 2006 um programa denominado “SPARK”, facilitando a inserção de crianças e de famílias de refugiados através de uma gama global de programas educativos, sociais e culturais.

– Na África Central, um país afetado por uma crise político-militar desde 2013, os habitantes de bairros expostos ao risco de violências se encontram obrigados a se mudar massivamente para acampamentos temporários improvisados, deixando atrás de si todas as suas coisas. A Comissão Internacional de Ajuda e de Desenvolvimento (CIAD) acordou um financiamento de 20.000 € para implementar um plano de revitalização de campos e distribuição de produtos de primeira necessidade.

A SSVP se esforçará para tornar perenes estas ações de apoio moral e financeiro, de desenvolvimento e de integração contra este drama humanitário para lutar contra a indiferença geral, para que estas populações refugiadas não se sintam mais esquecidas. Algumas cifras e estatísticas: http://www.unhcr.ch/fr/services/chiffres-et-statistiques.html.

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SSVP Libano : http://www.stvincent-lb.org/
SSVP Austrália (programa SPARK) : https://www.vinnies.org.au/page/Find_Help/NSW/Resettling_in_Australia/SPARK/
SSVP África Central : http://www.ssvpglobal.org/Actualites/Actualites-des-conseils/Centrafrique-la-SSVP-fete-Noel-avec-les-refugies
http://pt.ssvpglobal.org/Noticias/Noticias-do-CGI/Jornada-mundial-de-refugiados

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